Amaury Bischoff jogou na Taça UEFA há dois anos, pelo Werder Bremen. Na época passada, sentiu as emoções da Premier League com a camisola do Arsenal. Agora, sente a dureza da Liga de Honra. Em seis meses, o internacional português passou de Londres para a Vila das Aves.
A visita do Arsenal a Portugal, na primeira parte do duelo com o F.C. Porto na Liga dos Campeões, permitirá a Bischoff matar saudades de um treinador com especial predisposição para apostar em jovens: Arsène Wenger. «Foi um privilégio trabalhar com ele, é um dos maiores treinadores do Mundo. Para mim, como jovem, foi fenomenal», lembra.
Em entrevista ao Maisfutebol, Amaury Bischoff mostra o lado B do futebol. Os adeptos portugueses não conheciam este médio nascido em França. De repente, surgiu nas selecções lusas. Tinha sido internacional gaulês na categoria sub-18, mas a Federação portuguesa lançou uma campanha de charme e conquistou um talento precoce.
Filho de mãe portuguesa, apesar das contínuas dificuldades em falar a língua de Camões, Bischoff começou a aparecer no nosso radar. Esteves no sub-20, nos sub-21 e até despertou a atenção de Carlos Queiroz. Agora, com 22 anos, cai do céu para conhecer a realidade do segundo escalão português.
«Não consigo explicar o que se passou»
Amaury Bischoff começou no Colmar e passou para o Estrasburgo, em França. Em 2005, foi contratado pelo Werder Bremen como uma grande aposta para o futuro. Tanto que, dois anos mais tarde, substituiria Diego (ex-F.C. Porto) num jogo da Taça UEFA, em Vigo. Aqui bem perto.
No final da época passada, foi resgatado pelo Arsenal. «Amaury é jovem, mas muito promissor», dizia Wenger. Juntou-se a Rui Fonte nas reservas, deu nas vistas e chegou à Premier League. Um único jogo, concretizando um sonho.
Os problemas físicos condicionaram a aposta. No último defeso, o Arsenal libertou as duas pérolas lusas (Rui Fonte e Bischoff). Seguir-se-ia a Académica, para finalmente conhecer a Liga do país que lhe abriu as portas da selecção. Nova desilusão. Fez apenas quatro jogos pela Briosa.
«Não era o que eu estava à espera. Joguei na Premier League, mas saí do Arsenal para ter continuidade e mostrar-me a Queiroz. Pensei que ia jogar mais na Académica e não consigo explicar o que se passou. Villas Boas chegou e está a melhorar a equipa, fico satisfeito por isso, mas não me deu uma oportunidade. Assim, fui emprestado ao Aves em Janeiro », sintetiza o luso-francês.
Amaury chegou à Liga de Honra e foi infeliz na estreia. O Aves venceu o Trofense, jogando com dez elementos após a expulsão do médio, ao minuto 48: «Vi dois amarelos, mas o segundo foi exagerado. Foi a primeira expulsão da minha carreira. Tenho de aprender.»
«100 por cento seguro que Arsenal passa»
Falando desde a Vila das Aves, longe do brilho de Bremen ou Londres, Amaury Bischoff mantém a esperança enquanto projecta o duelo entre F.C. Porto e Arsenal. «Joguei nos maiores campeonatos da Europa, com enormes jogadores, mas agora só penso em afirmar-me. Sei que não estou nos planos de Queiroz nesta altura, mas espero voltar em breve.»
«Vou aproveitar o jogo do Arsenal no Porto para matar saudades dos meus antigos colegas, como o Sagna ou o Rosicky. Estou 100 por cento seguro que o Arsenal vai qualificar-se para os quartos-de-final. O Arsenal tem muitas armas. O F.C. Porto é uma grande equipa mas perdeu jogadores como Lisandro ou Lucho. Penso que o Arsenal vai resolver a eliminatória em casa», prevê o jogador.
Fonte: MaisFutebol, Entrevista Amaury Bischoff
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